domingo, 7 de dezembro de 2008

A poesia fode comigo


A poesia fode comigo
Quando a poesia vem ela fode com a minha alma
E não é uma foda leve a poesia não pega leve
Pega pesado de frente de cima de lado
Não se preocupa com a dor
Vem vestido de amor
Sacode as minhas estruturas
Vem com cara safada de literatura erudita
Mas me pega mesmo é no popular, na palavra dita
E faz barulho enquanto se agita
O pior, não vem sozinha
Vem recheada de passados
Confeitada de presentes
Numa massa futura
Que o cheiro é de infância quando se sente
Me fode de repente
Me faz subir pelas paredes
Me embola numa rede de sentimentos
Me confunde entre alegria dor e lamentos
Me leva a um êxtase que por vezes nem sei se agüento
Me rouba da vida momentos
Que eu dedicaria a outros afazeres
Mas ela não ta nem ai
Me fode
Se julga dona de mim
Me morde me acode me leva pra uma outra dimensão
Me enche de tesão
Não me dá razão em nada
Me faz seguir estradas
Sem olhar a direção
Me corroe todas as vísceras
Me põem safenas
Me safa de um mundo morno
Germina em mim o fruto
E me faz gestar poemas
A poesia me fode
Não dá trégua pra que fuja ao assédio
Junto todas as minhas forças
E sem tentar resistir
Eu fodo com ela
Cada vez que ela me sorri.

Um comentário:

Marisa Vieira disse...

poxa vida Marcelo, quem te autorizou a ler minha alma hahaha
beijo
marisa