domingo, 7 de dezembro de 2008

Tempestade em Ipanema

Ele chega de bicicleta no calçadão

Ela olha de canto de olho através dos óculos escuros.

Ele observa o pôr do Sol

Ela finge que não vê

Ela se prepara para sair antes dos aplausos ao astro rei!

Ele desaparece...

Ela o procura mantendo sua discrição protegida pelos óculos escuros e desolada parte...

Ele se aproxima de bicicleta

Ela anda pelo calçadão, ao vê -lo faz careta

Eles se viram na noite, se encontraram na Lapa, mas ninguém os apresentou

Ele - Posso te acompanhar?

Ela não responde

Ele – Olha, eu sou de boa família, tenho um bom papo, posso até te dar uma carona na minha
bike.

Ela finge acelerar o passo.

Ele – Se você me der seu e-mail, eu posso te mandar o meu currículo, daí você pode avaliar, prometo que estará na sua caixa postal amanhã de manhã... isso é... caso a gente não durma junto hoje...

Ela tenta controlar o riso, mas não resiste ri.
O céu fecha de repente, as nuvens pesadas desabam como um forte choro no verão carioca!
A luz fosca na contraluz os contornos molhados revelam dois seres sem contato com o mundo exterior, isolados, cobertos por uma cortina d’água, celulares encharcados cigarros despedaçados e a certeza que a felicidade estava guardada sem riscos, num pode de cubos de açúcar.
O amor no pequeno quarto é feito as pressas com a fome de quem sacia a sede no mar

Ele - Eu já to em outro mundo – seus olhares gritavam afogados pelo soluços dos corpos agora encharcados de suor.

Ela - Eu já estou em outro mundo e só me tragam de volta se existir um mundo melhor.

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